O professor é, certamente, a figura que
instiga e proporciona ao estudante as mais diversas possibilidades de
discussões e buscas de afirmação dos princípios das suas pesquisas e
questionamentos. É o profissional que traz em si a competência de absorver e
oferecer caminhos aos anseios, conflitos de ideias e sede intelectual de seus
alunos.
CHALITA (2004) descreve esse profissional
como “a alma de qualquer instituição de Ensino”. Segundo esse autor, nenhuma
máquina jamais substituirá o professor. Dada a importância de tal profissional
na Academia, é preciso frisar também a sua incumbência.
Segundo o artigo 13 da Lei de Diretrizes
e Bases (LDB), além de zelar pela aprendizagem dos alunos, trabalhar uma forma
de recuperação em caso de baixo rendimento dos mesmos e ministrar os dias
letivos, é função do professor “Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a
proposta pedagógica do estabelecimento de ensino”.
Não só com relação ao professor, mas o
planejamento é parte essencial da vida de qualquer ser humano e está presente
no dia-a-dia das pessoas. Ao acordar, qualquer pessoa é capaz de Traçar metas
para o fim de seu dia, ainda que de forma natural. Pensa em como agir, que
atitudes tomar, de que forma poderá se beneficiar, etc. Segundo MARTINEZ;
LAHORE (1977, p. 11),
Entende-se por planejamento um
processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego dos meios
materiais e dos recursos humanos disponíveis, a fim de alcançar objetivos
concretos, em prazos determinados e em etapas definidas, a partir do
conhecimento e avaliação científica da situação original.
Cabe ressaltar que, neste breve texto, não se pretende abordar todos os
níveis de planejamento, mesmo porque, como aponta GANDIN (2001, p. 83),
é impossível enumerar todos tipos
e níveis de planejamento necessários à atividade humana. Sobretudo porque,
sendo a pessoa humana condenada, por sua racionalidade, a realizar algum tipo
de planejamento, está sempre ensaiando processos de transformar suas idéias em
realidade. Embora não o faça de maneira consciente e eficaz, a pessoa humana
possui uma estrutura básica que a leva a divisar o futuro, a analisar a
realidade a propor ações e atitudes para transformá-la.
Do mesmo modo que há o planejamento
pessoal, assim também há o planejamento profissional, que requer bastante
atenção na elaboração e execução de planos, para conseguir obter objetivos em
prazos estabelecidos. Através do planejamento, há a possibilidade em se
estabelecer, com maior exatidão, os objetivos, determinar a metodologia a ser
utilizada e fixar a duração das tarefas a serem desenvolvidas. Daí a
importância de o professor planejar suas aulas e do estabelecimento de ensino primar
para que se cumpra o planejamento.
Desse modo, é, portanto o planejamento
indispensável. Planejando se evita a improvisação, que, no contexto da sala de
aula, pode ser enriquecedora e, por vezes, necessária, mas jamais prescinde o
planejamento. Ao planejarmos, antecipamos o que haveremos de realizar e,
consequentemente, agimos segundo o estabelecido. Conforme nos ensina
VASCONCELOS (2002, p. 34): “ajuda a concretizar aquilo que se almeja (relação teoria-prática)”.
Através de projetos, a educação permite
promover nos alunos a busca pelo conhecimento, por meio da problematização,
associando-o a vida prática bem como o disseminando em seu meio. Dessa forma,
professor/ aluno ao problematizarem a realidade, irão elencar pontos-chave e
levantar hipóteses em relação à causa do problema, partindo daí para a busca de
fontes que abordem a problemática, para refletir sobre os aspectos relacionados
e sistematizar as informações técnicas e científicas, onde serão ponderados
quais hipóteses podem ser aceitas ou refutadas.
Há vários tipos de planejamento no âmbito
da educação, dentre os quais, é importante citar alguns. Há o planejamento
Operacional, que tem sua expressão nos projetos, sendo tarefa dos administradores,
em que o foco é o presente, momento de execução para solucionar problemas.
A preocupação fundamental do planejamento
Político-Social está em definir fins, procurar idealizar visões globalizantes e
de eficácia, servindo para circunstâncias de crise e em que a proposta é de
transformação, em médio prazo e/ou longo prazo. "Tem o plano e o programa
como expressão maior" (GANDIN, 1994, p. 55).
Conforme já citei acerca do papel do
professor, há o planejamento de ensino, que é o processo de decisão sobre atuação
concreta dos docentes, no cotidiano de seu trabalho pedagógico, envolvendo as
ações e situações, em constante interações entre professor e alunos e entre os
próprios alunos. Na opinião de Sant'Anna et al (1995, p. 19), esse nível de
planejamento trata do "processo de tomada de decisões bem informadas que
visem à racionalização das atividades do professor e do aluno, na situação de
ensino-aprendizagem".
O planejamento de ensino do professor
deve estar em consonância com o planejamento Escolar, que é o planejamento
global da escola, envolvendo o processo de reflexão, de decisões sobre a
organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da instituição.
Há ainda o planejamento Curricular, que
consiste no "processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da ação
escolar. É previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do
aluno". Portanto, essa modalidade de planejar constitui um instrumento que
orienta a ação educativa na escola, pois a preocupação é com a proposta geral
das experiências de aprendizagem que a escola deve oferecer ao estudante,
através dos diversos componentes curriculares (VASCONCELLOS, 1995, p. 56).
Por último, e não menos importante, há o
planejamento Educacional, que é o processo contínuo que se preocupa com o “para
onde ir” e “quais as maneiras adequadas para chegar lá”, tendo em vista a
situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da
educação atenda tanto as necessidades da sociedade, quanto as do indivíduo.
Para VASCONCELLOS (1995, p. 53), "o
planejamento do Sistema de Educação é o de maior abrangência (entre os níveis
do planejamento na educação escolar), correspondendo ao planejamento que é
feito em nível nacional, estadual e municipal", incorporando as políticas
educacionais.
O planejamento educacional abrange e
norteia todo o processo educacional, sendo instrumento diretivo, estabelecendo
e determinando grandes urgências, indicando prioridades básicas, enfim, tudo
quanto for necessário para a consecução das metas da Educação e fica a cargo
das autoridades educacionais, cabendo, portanto, aos órgãos: Ministério da
Educação, do Conselho Nacional da Educação e dos órgão estaduais e municipais.
Partindo das considerações
acerca do assunto, fica evidente que o Planejamento como um todo permeado de
reflexão, de decisões conjuntas, torna-se um processo de racionalização e
coordenação da ação escola, consequentemente, da ação docente, tendo em vista a
situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da
educação atenda tanto as necessidades da sociedade quanto às do indivíduo.
Referências
BAFFI,
Maria Adelia Teixeira. O planejamento em Educação: revisando conceitos para
mudar concepções e práticas. Petrópolis, 2002. Disponível em <http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/fundam02.htm>.
Acesso em 25, julho, 2010.
BRASIL,
Lei N. 9394 de 20.12.96 – estabelece diretrizes e bases da educação nacional.
DOU de 23.12.96.
CHALITA,
Gabriel. Educação: A solução está no
afeto. São Paulo: Gente, 2004.
GANDIN,
D. A prática do planejamento participativo. 2.ed. Petrópolis:
Vozes, 1994.
VASCONCELLOS,
Celso dos S. Planejamento: Projeto de
ensino-aprendizagem e projeto político-pedagógico. São Paulo: Libertad,
2002.
Ótimo texto!
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